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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A conexão da educação com os negócios é direta", entrevista com Anthony Salcito

A conexão da educação com os negócios é direta", entrevista com Anthony Salcito

Executivo do setor criado há dois anos para organizar os esforços da Microsoft na área de educação, Anthony Salcito crê que iniciativa privada e governos têm os mesmos objetivos quando se trata de oferecer um ensino de qualidade para crianças em todo o mundo
Leia a entrevista:

- Qual é o interesse de uma empresa privada, como a Microsoft, de investir em educação?

Educação sempre foi um tema que motivava muitos funcionários da empresa. Quando Bill Gates fundou a companhia, ele já tinha essa ideia da importância da educação. Mas sobretudo é crítico investir em educação porque ela está formando as lideranças que vão moldar nosso futuro. Também é uma forma de acelerar a economia, termos força de trabalho qualificada etc. Nesse contexto, a tecnologia na educação pode ser um equalizador social.

- A tecnologia não está criando mais uma divisão na sociedade, com a exclusão digital?

A tecnologia provocou duas divisões. A primeira é a de acesso. Mas essa lacuna está diminuindo, com equipamentos mais baratos e acesso mais fácil à internet. E trabalhamos para reduzir essa diferença. A segunda divisão é entre os que estavam confortáveis sem a tecnologia e os que gostam e aderiram a ela. Na educação, alguns professores criticavam a tecnologia por competir com eles - e isso acontecia quando se pensa no modelo antigo de que o professor apenas passava conteúdo. Hoje, essa visão está diminuindo.

- Qual é o papel do professor num mundo onde o conteúdo está tão acessível?

Hoje, a escola tem de desenvolver habilidades, não passar conteúdos. E os alunos precisam dos professores para dar suporte, para saber o que fazer com a tecnologia e as informações. Claro que é necessário treinar professores e alunos. Pesquisas mostram que, na maioria dos casos, a tecnologia é usada de forma muito básica em sala de aula. Temos de mudar a conversa para outro nível, sobre como de fato usar os recursos de forma inovadora e estimulante.

- Discutir educação não deveria ser um papel dos governos, e não da iniciativa privada?

Todo governo deveria abraçar parcerias, porque temos o mesmo objetivo. A conexão da educação com os negócios é direta. Quando se melhora a qualidade da educação, melhora-se a qualificação da força de trabalho, o que atrai mais empresas para o país, gerando mais empregos. Isso melhora a renda, as condições de vida e os índices sociais.

- Como o sr. avalia a discussão sobre o uso da tecnologia em sala de aula no Brasil?

Vejo que país tem muito entusiasmo com o tema, mas o tipo da agenda da discussão me preocupa. Acho que não deveria se discutir tanto a questão de máquinas e softwares; o assunto deve ser visto de uma forma mais abrangente.
(Luciana Alvarez)
(O Estado de SP, 1/11)

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